Autismo e esporte: superação e avanços na socialização
O mês de abril é dedicado à conscientização Mundial sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendo no dia 2 a principal data. Muito além do diagnóstico e da participação nas terapias recomendadas pelos profissionais que dão suporte às crianças autistas e suas famílias, é cada vez mais visível a importância do esporte no desenvolvimento físico e intelectual dos pacientes.
O transtorno do Espectro Autista se refere a condições caracterizadas por alterações no desenvolvimento neurológico. Essas condições podem ocasionar comprometimento na comunicação, interação social e no comportamento. Cada caso é um caso. É preciso, antes de tudo, entender que o espectro autista é considerado, atualmente, em três níveis: leve, moderado e severo. Mas, os casos devem ser analisados um por um. O que vem ganhando cada vez mais força é a importância que o estímulo ao esporte tem na vida dos autistas. A participação em atividades físicas direcionadas e supervisionadas alcançam resultados positivos na socialização, um dos pontos que requer atenção e estímulo após o recebimento do diagnóstico. Além disso, a prática esportiva favorece a saúde como um todo, com especial atenção para a evolução cognitiva e condicionamento físico.
Outros pontos também podem ser trabalhados com louvor através do esporte, como o fortalecimento da postura corporal, alcance do equilíbrio e coordenação motora.
“Autista ou não, a prática de esportes traz inúmeros benefícios para as crianças no que diz respeito a disciplina e aprendizado de vida como exercício e convivência”, conta Naila Pinheiro, professora de educação física que trabalha com crianças há 40 anos.
Para a prática de esportes é necessário uma análise das características da criança e, sobretudo, levar em consideração o que ela mais gosta de fazer.
“Para cada esporte há necessidades e limitações e a prática deve ser, sempre, feita para o prazer. Importante observar a alegria e disponibilidade da criança no esporte que foi ofertado. Como tenho mais de 20 anos de experiência com crianças em aulas de natação, acredito que o esporte é um dos mais indicados. A natação causa a sensação na pele, a alegria do autista na água é impressionante. Eles têm muita facilidade para aprender a nadar e temos sempre que levar em consideração que aprender a nadar é salvamento. A criança que sabe, corre menos risco em uma situação de perigo”, completa Naila, explicando a importância da análise de cada caso.
“O ideal é que a criança participe das aulas junto com seus amigos, mas, se for necessário, um professor pode acompanhá-la durante todo o tempo. Há casos em que o melhor é um trabalho exclusivo com a criança. As possibilidades são inúmeras. O importante é que a criança seja inserida nesse ambiente esportivo”.
Fonte: Diário de Petrópolis
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